Você conhece a importância da água de amassamento?
A água de amassamento é a água utilizada para misturar e hidratar os componentes secos durante a produção de concreto. Ela é responsável por unir o cimento com os agregados e aditivos da mistura, formando uma massa homogênea e de consistência adequada para uma boa trabalhabilidade na aplicação.
No entanto, a água de amassamento é muito mais importante que apenas para a mistura da argamassa. A qualidade da água utilizada no concreto será fundamental para garantir o seu desempenho no futuro, podendo influenciar profundamente na resistência mecânica e durabilidade do elemento concretado após a cura.
Desta forma, conhecer a fundo a água de amassamento utilizada na obra é um passo fundamental para assegurar a qualidade da sua construção. Mas qual é a maneira correta de empregar a água no concreto, e como saber se a água utilizada é adequada para este fim?
A NBR 15900:2009 normatiza e responde todas estas perguntas a respeito da qualidade da água e os ensaios que podem atestar sua pureza. Neste artigo, vamos aprender mais sobre a água de amassamento e a sua importância na obra. Confira a seguir!
O que diz a NBR 15900:2009 – água de amassamento?
A NBR 15900, publicada em 2009 pela Agência Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), especifica os requisitos para a água ser considerada adequada ao preparo de concreto e descreve os procedimentos de amostragem, bem como os métodos para sua avaliação. Dividida em 11 partes, esta norma busca estabelecer os requisitos para a água a ser usada no amassamento de concreto de maneira adequada e eficiente.
Para este objetivo, são classificados vários tipos de água e estabelecidos critérios para avaliar as suas propriedades químicas, bem como sua possível contaminação com quantidades excessivas de cloretos, sulfatos, álcalis e outros. Vamos ver a seguir como é possível determinar a qualidade da água de amassamento, segundo a norma brasileira vigente.
Qualidade da água de amassamento
Resumidamente, a água que você usa para misturar e curar não deve ter produtos químicos, partículas de lama suspensas ou crescimento orgânico como algas, ervas daninhas, etc. A regra geral utilizada no canteiro de obras é que, se a água pode ser usada para banho, pode também ser usada para fabricação de concreto.
Assim, a qualidade da água utilizada nas obras de construção é geralmente igual à da água potável, para garantir que a água esteja razoavelmente livre de impurezas como sólidos em suspensão e sais dissolvidos, que podem afetar adversamente as propriedades do concreto.
No entanto, para delimitar as características consideradas adequadas para uso da água no concreto, devemos seguir alguns critérios. Além das substâncias citadas, água deve ser limpa e não deve conter açúcar ou seus derivados, nem esgoto ou óleos, por exemplo.
A utilização de água de amassamento contaminada pode afetar profundamente os processos de formação do concreto, especialmente a pega, endurecimento, resistência, durabilidade e valor de corrosão.
Assim, a norma classifica a água de amassamento de acordo com a sua origem, e estabelece alguns requisitos para avaliar sua possível contaminação. Vamos ver estes critérios com mais clareza nos itens a seguir.
Classificação dos tipos de água segundo a NBR 15900:2009
A NBR esclarece que é possível verificar se a água é adequada ou não para a preparação de concreto de acordo com a sua origem. Assim, estipula 7 tipos diferentes de água de acordo com a sua fonte:
1. Água de abastecimento público
A água fornecida pelo abastecimento público das cidades já vem previamente tratada contra impurezas e, portanto, é considerada adequada para uso em concreto e não necessita ser ensaiada.
2. Água recuperada de processos de preparação do concreto
A água recuperada de processos de preparação do concreto água usada para limpar a parte interna de betoneiras de centrais misturadoras, de caminhões betoneiras, misturadores e bombas de concreto ou água proveniente do processo de recuperação de agregados de concreto fresco.
Ela pode ser utilizada como água para amassamento de concreto estrutural, desde que obedeçam a algumas exigências, como não passar de limites estabelecidos de massa adicional de material sólido no concreto, e ser distribuída o mais uniformemente possível na preparação do concreto.
3. Água de fontes subterrâneas
A água de fontes subterrâneas pode ser adequada para uso em concreto, mas deve ser ensaiada.
4. Água natural de superfície, água de captação pluvial e água residual industrial
Estes tipos de água podem ser adequados para uso em concreto, mas devem ser ensaiados para prevenir a presença de impurezas. São exemplos de águas residuais industriais aquelas recuperadas de processos de resfriamentos, jateamento, corte, fresagem e polimento de concretos.
5. Água salobra
Esta água somente pode ser usada para concreto não armado, mas deve ser ensaiada. Não é adequada à preparação de concreto protendido ou armado.
6. Água de esgoto e água proveniente de esgoto tratado
Em nenhuma hipótese esta água é considerada adequada para uso em concreto, de acordo com a norma.
7. Água de reuso proveniente de estação de tratamento de esgoto
A água de reuso é um tipo de água tratada por diversos processos, como filtração e flotação, em estações de tratamento de esgotos, a partir do afluente já tratado para usos não potáveis. No entanto, a norma não esclarece se ela é adequada ou não para emprego em concreto, dizendo que o uso deste tipo de água está condicionado a aplicações específicas em comum acordo entre o fornecedor de água e o responsável pela preparação do concreto, devendo ser atendidos todos os outros requisitos presentes na norma.
Ensaios de pureza
A norma também especifica ensaios a serem realizados para avaliar a presença de impurezas na água de amassamento, potencialmente prejudiciais à integridade do concreto. Para o uso de água potencialmente contaminada, é essencial recorrer às recomendações da NBR para avaliar se esta pode ser aplicada como água de amassamento ou não.
Quantidade de Água
Além da qualidade, a quantidade de água de amassamento a ser utilizada deve ser observada com cuidado. Muitas vezes, apesar de usar os melhores materiais e água testada, o concreto não alcança os resultados esperados.
Nestes casos, isso ocorre porque a proporção água-cimento-areia usada foi menor ou maior do que o traço recomendado. O endurecimento do concreto é um processo: quando a água é misturada à argamassa, ela reage com o cimento e forma uma pasta aglutinante, ajudando a preencher os espaços entre os grãos de areia e criando uma coesão de partículas de areia e cimento.
Muitas vezes, os trabalhadores usam mais água do que o recomendado ao fazer a mistura de concreto, porque isso torna a argamassa mais fácil de ser trabalhada. Esta é uma prática negativa porque o excesso de água enfraquece a resistência da pasta de cimento e enfraquece a qualidade adesiva do cimento.
Outro ponto importante é entender que, uma vez que a mistura comece a endurecer, ela não pode receber mais água porque isso reduzirá a resistência da argamassa.
Cura
Além da água de amassamento, a água também possui um papel muito importante após a aplicação da argamassa, no processo de cura. Os efeitos nocivos de uma cura deficiente não são visíveis imediatamente, mas podem comprometer completamente a resistência e durabilidade da estrutura.
A irrigação da argamassa por um determinado período de tempo é necessária para controlar a taxa e a extensão da perda de umidade do concreto, além de manter a temperatura ideal do concreto para endurecer, o que significa menos casos de encolhimento desigual e rachaduras subsequentes.
A Blok desenvolve produtos de primeira linha e oferece materiais para o time dos melhores profissionais da indústria civil. Conheça nosso catálogo de produtos em nosso site e continue acompanhando o blog para mais artigos como este!